Revolução III

Quando a ferida que é cutucada é a aberta e inflamada, o grito é muito maior.

Pelos comentários que tive nas postagens Revolução e Revolução II, percebo que os amigos do MEPR não entenderam muito a mensagem.

O ponto principal é uma crítica ao modo de ação do grupo, que se diz revolucionário. Quebrar, pichar,vandalizar patrimônio público ou particular alheio não é e nunca vai ser revolução.

Não, vocês não são detentores do real conhecimentos e não estão com a razão. O ponto de vista de vocês é como qualquer outro. Alienado é o apolítico e não aquele que não é marxista.

Reafirmo: arrume seu quarto, depois o mundo.

Movimentos populares são apenas mais uma forma de manter o “sistema” ativo e operante. Ser revolucionário é “in”. É legal ser barbudo, cabeludo, e andar de vermelho. É só mais uma imagem/ideologia que podemos comprar na banca.

Como diria meu pai, ao ver um manifesto de estudantes: Se são estudantes, porque não estão estudando?

Fica aí a mensagem do Patriota para os DeMolays. Semana que vem escrevo sobre a Ordem. Por enquanto é só.

Alguém deu um grito lá na bêra do Ipiranga

Esse é o significado simplificado e popular do famoso verso “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante”.

O Hino Nacional está voltado à moda. Depois de um empurrãozinho dado pela Vanusa, todo mundo começou a falar do Hino. Uns reclamando que o povo não sabem cantar, outros reclamam que não dão o devido valor, outros ainda falam que ele é vilipendiado pela nação que o representa e assim vai.

O negócio é que todo mundo aqui, creio eu, quando estava na primeira parte do Ensino Fundamental, era colocado em fila para cantar o Hino antes da aula. Depois, a professora de Estudos Sociais (ou de Geografia e História), dava uma aula explicando o Hino. Afinal, nosso Hino é cheio de inversões e nenhum menino de quarta série tem noção do que está cantando.

Também estão falando de uma tal introdução do Hino Nacional. Tem até uma senhora muito simpática cantando ela. A primeira vez que eu ouvi falar dessa introdução, foi quando eu li o livro Meninos sem Pátria, do Luiz Puntel. Na famosa Coleção Vagalume. E olha que já faz tempo. E o livro também é bem antiguinho. Só agora que o povo foi descobrir dessa tal “introdução”.

Na verdade, ela não existe. Uma introdução musical, não tem letra. Afinal, se tivesse, não seria introdução. Aqueles versinhos, que se popularizaram na década de 1950, 60 e 70, são de autoria de um tal Dr Marcondes de Andrade. Meio que o cara não tinha nada pra fazer e resolveu “inovar”. Esse tipo de inovação também ocorre na Ordem DeMolay. O cara em vez de continuar o bom trabalho do outro, cria umas “coisinhas novas”, para ser lembrado. E assim vai.

Nosso Hino foi escolhido por meio de concurso. A melodia foi composta pelo Franciso Manuel da Silva, num balcão de loja. E ela já embalou diversos Hinos que precederam o atual. Depois de algum tempo, proclamada a República, decidiu-se pela criação de um novo Hino, que não fizesse tanta exaltação à monarquia. No concurso, haviam quatro melodias para serem escolhidas (a de Franciso Manuel era uma delas). A letra era a mesma para todos. Apesar dos figurões da República escolherem a melodia de Leopoldo Miguez (um dos concorrentes), o povo aclamava a de Francisco Manuel. Então, foi-se feita a voz do povo.

Quando para escolher da letra, o esquema foi o mesmo; outro concurso. Só que esse valia dinheiro. Dois contos de réis. O vencedor foi o ocupante da cadeira nº 17 da Academia Brasileira de Letras, o escritor Joaquim Osório Duque-Estrada.

Decreto vai e Decreto vem, temos aí nosso Hino Nacional. Saber cantá-lo apenas uma pequena parcela da população sabe. E não é porque ele tem letra difícil, ou construções gramaticais complexas. É porque é essa a situação educacional de nosso país. Poucos com acesso à informação de qualidade. Aprendemos o Hino nos primeiros anos de escola. O ideal seria uma “revisão na matéria”, lá pelo meio do Ensino Médio.

Esse assunto de Hino Nacional vem à tona de tempos em tempos. É só surgir uma versão “popular” da canção, divulgada em grande escala, que já começam a pulular e-mails revoltosos em nossas caixas de entrada.

Devemos lembrar a todos, que saber cantar o Hino Nacional não é ser patriota. É ter civismo. Coisas completamentes diferentes. Mas que se misturam. O sentimento de patriotismo está ligado, principalmente, à terra aonde se nasce. Não dependendo assim da existência de um Hino ou símbolo para representar esse sentimento.

O Patriota achou interessante a senhora cantando a suposta introdução do Hino Nacional e lembrou-se quando leu Meninos sem Pátria. É uma leitura altamente recomendada. O Patriota lembra ainda, que primeiro se sonha, depois de ama. Assim, fica mais fácil de distinguir as duas partes do hino e não cantarmos “amonho intenso” ou “samor eterno”.

Por quem o sinos dobram

O texto abaixo é sobre “divisão”. Então, se já não aguenta mais esse assunto, não leia.

A Ordem DeMolay tem tantas listas de discussão, que o Yahoo! Grupos criou uma categoria só para elas. Existem, neste sistema de grupos, um pouco mais de 1300 sobre a Ordem. Desses, cerca de uns 400 devem ser nacionais (chutei isso, não dá para levantar esse dado com precisão).

Dos grupos que participo, todos vão bem. Até que alguém toca na ferida: Supremo Conselho. Aí é sangue jorrando para todos os lados. E sujando a roupa de todo mundo. Até daqueles que não querem saber dessa bobagem.

Esse assunto maldito, por vezes conversado em sussurros e quase sempre evitado é o principio e fim da Ordem DeMolay brasileira.

Quando havia apenas um Supremo, apenas um Grande Mestre, apenas uma bagunça caótica e destrutiva, tinhamos uma Ordem DeMolay com pouca ou nenhuma estrutura. E, graças à vaidade humana, ela era um barril de pólvora com um estopim queimando lentamente. Como já era esperado a coisa estourou. Então resolveu-se fazer revolução.

Alguns pegaram a máquina velha e enferrujada. Resolveram consertá-la. Outros preferiram uma máquina nova, sem marcas de uso e arranhões.

E a partir desse momento, a Ordem DeMolay brasileira começou a crescer e se organizar. Apareceu uma estrutura, coisa que antes ficava apenas no papel. A Ordem DeMolay começou a ser feita para os DeMolays e pelos DeMolays. Ações foram feitas, líderes foram eleitos, novos paradigmas foram adotados, houve crescimento. E hoje somos a maior Ordem DeMolay do mundo. Maior, inclusive, que àqueles que a criaram.

(E note-se que estou falando de Ordem DeMolay e não de Supremo Conselho)

O pessoal que pegou a máquina velha? Vai bem obrigado. Os que preferiram uma máquina nova? Também estão muito bem.

Então, eu não entendo. Por que unir aquilo que separado está dando certo? Se a Maçonaria Brasileira, possui uma variedade de potências e obediências, porquê a Ordem DeMolay não pode contar com dois orgãos administrativos?

Legitimidade? A minha concepção de legitimo se enquadra dentro das duas instituições. As duas são Ordem DeMolay. As duas praticam Ordem DeMolay. As duas executam os mesmos rituais. As duas seguem os princípios ditados por Frank Sherman Land. Agora se ser legítima é ter pendurado na parede um pedaço de papel com a assinatura de  um “Dad” que quase ninguém sabe pronunciar o nome, então podemos desistir de tudo e começarmos outra Ordem.

Acho que já passou da hora de dar a solução mais viável para isso tudo: o reconhecimento. Está na hora de nossos líderes, se assim o forem, honrarem o compromisso de serem irmãos.

Precisamos nos tornar uma Ordem DeMolay brasileira e não um Supremo X ou um Supremo Y. Seria legal, se este fosse o primeiro passo para a busca de nossa identidade.

O Patriota está notando que as vezes, dentro da Ordem DeMolay, temos que escolher lados. E ultimamente, escolher um lado está muito aquém de defender uma idéia ou ideal.  Está se tornando uma briga mesquinha que a cada dia vai degenerando a Ordem DeMolay. E assim, lentamente, como ocorre nos Estados Unidos da América, ela vai acabando.

2016

Eu sempre achei muito errado um Mestre Conselheiro se candidatar para seu Capítulo ser sede de um evento, sendo que quando esse evento se realizar, ele não será o Mestre Conselheiro e provavelmente, não estará mais no Capítulo.

Eu vejo as Olimpíadas dessa forma. É claro que há todo um planejamento feito, muito dinheiro envolvido e, por isso, as coisas são mais certas do que em um Capítulo DeMolay. Mas, se alguma coisa der errada, se os jogos forem um fiasco, se tivermos um evento semelhante ao da Olimpíada de Munique em 72 (só que com traficantes no lugar dos terroristas), ou coisa pior; a culpa e as críticas vão cair no cidadão ou cidadã que estiver governando o país. Como se ele, ou ela, tivesse escolhido sediar as Olimpíadas. Triste isso. Mas não é essa questão que quero discutir.

Todos nós sabemos que não existe investimento do governo em esporte. Nosso atletas de linha não treinam no Brasil, não possuem apoio do Governo Federal e seus patrocinadores normalmente são estrangeiros.

Nossos centros esportivos não são de acesso da população. E são sucateados, mal construídos e deteriorados. Nas escolas públicas, vemos um material esportivo que é usado há pelos menos dez, quinze anos. E os programas que o Governo ocasionalmente lança, duram alguns meses e tem ação restrita a algum grande centro econômico ou populacional, não atigindo assim a massa.

Mas seremos sedes das Olimpíadas de 2016. E até Copa em 2014 teremos.

Haverá mudança? Haverá investimento no esporte? Nossos melhores atletas terão condição de treinar no Brasil? As empresas brasileiras, e as estatais principalmente, vão patrocinar nossos profissionais do esporte?

Até posso arriscar um sim. Mas um sim que vai até 2016, estourando um 2017. Dificilmente passará disso. Até posso ver as reportagens do Jornal Nacional: crianças treinando alguma modalidade, algumas entrevistas rápidas e no final uma criança fala que o sonho dela e ir numa olimpíada e ganhar uma medalha.

É nítido notar, que sediar as Olimpíadas e a Copa, são interesses de uma minoria. Eu não tenho condição de pagar um ingresso de jogo de Copa do Mundo ou entrada de Olimpíada. Creio que a imensa maioria dos brasileiros também não tem. Eu acho muito ilógico falar que “o povo quer”. Todo mundo vai ver é pela TV mesmo. E pra isso as Olimpíadas podem estar acontecendo em qualquer parte do mundo, que não faz diferença.

E é esse nosso Brasil.

Somos um país de planos e ocasiões. As coisas vão bem quando há oportunidade de se mostrar que elas vão bem. E para as coisas irem bem, traça-se planos e mais planos, projetos e mais projetos. Mas fica-se nisso.

E assim somos o país do futuro. Assim falavam nosso avós e assim, se continuarmos nesse ritmo, falaremos a nosso netos.

O Patriota acha um desperdício de dinheiro público as Olimpíadas e a Copa. Ele as vezes calcula quais seriam os resultados se todo esse valor fosse investido em educação e saúde. O Patriota que parar de viver em um país de sonhos e promessas. Ele quer um país de resultados.

Quando alguém deseja saltar

E foi derrepente. Começou rápido, durou um bom tempo e acabou rápido. Foi interessante, foi intenso. Mas acho que pode continuar sendo.

Há muito não se via um movimento DeMolay na blogosfera como o Caí de Paraquedas. Sete DeMolays, de diferentes localidades, de diferentes Supremos, com diferentes idéias, postando em um único blog. Cada um representando uma virtude, sem revelar nome, localidade, Capítulo, entre outros.

Mas começamos a falhar. As postagens, que no começo eram diárias, começaram a perder sua peridiocidade. E assim, um espaço de tempo cada vez maior entre as postagens, começou a surgir.  Até que elas cessaram.

Resolvi saltar novamente. Acho que um projeto como esse não pode parar. O Patriota ainda está de pé, mesmo mancando.

Mitos também morrem

Quase 15 dias após o falecimento do rei do pop, Michael Jackson, todas as pessoas que convivo já dizem estar sem paciência para ouvir Thriller ou qualquer outro hit do ídolo semi-branco/ semi-negro (a falta de uma adjetivo melhor levou a essa tosca escolha). Ícone para música, Jackson ultrapassou, com todas as suas esquisitices, o limite de pessoa comum e tornou-se, sem sombra de dúvidas, um mito que ainda vivia, nas mentes de alguns milhares de fãs. Mas, que diabos Michael Jackson teria com um blog como o CdPQ?

Talvez o declínio dele mostre-nos o como é complicado lidar com nós mesmos. Comentei com um amigo que preferia vê-lo como uma criança que não pode ser criança do que como o monstro esdrúxulo que se tornou quando adulto. Essa mitificação pela qual ele passou, apenas ressaltou um sentimento humano que tanto fingimos não existir: a soberba. Cheias de si, cada pessoa deixa de ser apenas uma pessoa e passa a se sentir importante demais para quem ela é. Assim eu vejo muitas figuras que já passaram pelas fileiras da Ordem DeMolay.

Já falei sobre o percentual de iniciados que permanecem com ligações com a Ordem após cinco anos, né? Desses que ficam, muitos tem um ligeiro problema que é acharem que são mitos, pessoas acima do bem e do mal, que não devem satisfação ao mundo alheio e que o que eles falam são verdade absolutas. Eu tenho realmente muito medo se chegar a essa fase tão crítica na minha vida DeMolay, porém quase todos que conheço passaram por graus de mitificações que é preciso muita força de vontade pra não deixar subir a cabeça.

“Eu tenho 10 anos de Ordem DeMolay e vocês tem que ouvir a vós da experiência”. Quantos de vocês já ouviram isso? Ou “fulano de tal fez tal coisa na época do Capítulo. O cara é o cara”. Tenho até medo quando alguns ouvem falar isso. A soberba fica tão transparente que qualquer um avista nos olhos do cabra. Nessa horas, cabe lembrar-lhe de que, assim como Michael Jackson, os mitos morrem. E, a não ser que você seja um celebrado rei de alguma coisa, provavelmente vai acabar voltando pro lodo do esquecimento…

A prioridade do tempo…

Mais uma vez – e acho que não é a segunda -, O Amoroso vos escreve para falar que está sem tempo, assim como outros para-quedistas que aqui estão ou que aqui estiveram. Quando o final do semestre se aproxima, os estudantes universitários ficam assoberbados de trabalhos, tarefas e provas. Os trabalhadores, por menos que possam parecer, se esforçam para provar, a cada seis meses em média, que não estão ali de brincadeira e acabam mostrando mais serviço – existe literatura sobre esse ápice de produtividade nos meses de junho e dezembro (que antecedem as “férias”)?. Mas eis que surge uma afirmação que já ouvi inúmeras vezes de um DeMolay que já há algum tempo se afastou das atividades capitulares: TEMPO É UMA QUESTÃO DE PRIORIDADES. Realmente, quando queremos achar tempo, conseguimos facilmente. O problema é quando não queremos…

Nascemos como sete para-quedistas. Hoje, malmente postam três. Temos uma vaga para O Cortês que se abriu há tempos e não houve preenchimento. Essa semana, tivemos a infeliz notícia de que O Fiel também estava a abandonar o barco. Me perguntei porquê eu ainda continuo, acreditando numa ideia que considerei boa em abril de 2008 e que até agora permaneço a vendê-la. Será que é porquê eu sou anormal? Talvez sim. Talvez não.

Só me pergunto se vale a pena colocar algumas prioridades a frente de outras na divisão do meu escasso e mal aproveitado tempo. Quase ninguém tem tempo para o gostaríamos. Mas será que ninguém tem tempo o que outras pessoas necessitam? Um pouco de dedicação e boa vontade levaria o mundo longe. Mas é uma prioridade em nossas vidas sermos bons? Ou podemos nos contentar com a mediocridade do dia-a-dia e esquecer que, entre tantas outras prioridades, ajudar o próximo – ou ao menos ouvi-lo – pode fazer toda a diferença para ele? Tempo é uma questão de prioridades sim. Porém é também uma questão de escolha…